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Preparação para Fiscalização do MTE: Checklist Completo de Conformidade SST

Postado em: 02/10/2025

Uma fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego pode acontecer a qualquer momento, seja por denúncia de trabalhador, seja por ação programada em setores de alto risco. Empresas despreparadas enfrentam multas que podem ultrapassar centenas de milhares de reais, interdições de equipamentos ou atividades, e processos que mancham a reputação corporativa.

A conformidade em Saúde e Segurança do Trabalho não é apenas obrigação legal, mas investimento estratégico que protege colaboradores e resultados financeiros. Neste guia completo, você encontrará um checklist detalhado de todos os documentos e práticas que os auditores-fiscais verificam, além de estratégias para manter conformidade contínua e evitar surpresas desagradáveis.

Como Funciona a Fiscalização do MTE

Auditores-fiscais do trabalho têm amplos poderes de inspeção. Podem entrar em qualquer estabelecimento a qualquer hora do dia ou da noite (quando houver operações noturnas), sem aviso prévio, para verificar cumprimento das Normas Regulamentadoras.

Tipos de Fiscalização

Denúncia: Motivada por reclamação de trabalhador, ex-funcionário ou sindicato. Costuma ser focada no ponto específico denunciado, mas pode se expandir para toda a operação se irregularidades forem encontradas.

Programada: Baseada em planejamento do MTE para setores com alta acidentalidade, como construção civil, frigoríficos, hospitais e indústrias. A empresa pode ser selecionada por critérios estatísticos sem ter cometido infração específica.

Por acidente grave ou fatal: Após notificação de acidente com morte ou lesão grave, a fiscalização é automática e rigorosa. Busca-se identificar responsabilidades e prevenir reincidências.

Reinspeção: Verifica se irregularidades apontadas em fiscalização anterior foram corrigidas no prazo estipulado. A reincidência aumenta significativamente o valor das multas.

O Que os Fiscais Verificam

A inspeção pode abranger aspectos documentais, técnicos e comportamentais. Fiscais entrevistam trabalhadores, analisam equipamentos, observam processos e examinam documentação extensa.

Atitudes como dificultar o acesso, ocultar documentos ou pressionar trabalhadores durante entrevistas agravam a situação, podendo configurar crime de embaraço à fiscalização.

Checklist de Documentos Obrigatórios

A primeira verificação dos auditores-fiscais é sempre documental. Certifique-se de ter todos os documentos atualizados e acessíveis.

Programas e Laudos Técnicos

PGR (Programa de Gerenciamento de Riscos): Documento base da gestão de SST, deve inventariar todos os riscos da operação e estabelecer medidas de controle. Versão atualizada assinada por profissional habilitado é obrigatória.

PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional): Define protocolos de exames ocupacionais conforme riscos identificados no PGR. Deve estar coordenado por médico do trabalho com registro ativo no CRM.

LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho): Necessário para empresas que precisam enviar informações previdenciárias sobre exposição a agentes nocivos. Deve ser elaborado por engenheiro de segurança ou médico do trabalho.

PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário): Documento individual de cada trabalhador, registra histórico de exposições ao longo do vínculo empregatício. Obrigatório na rescisão.

AET (Análise Ergonômica do Trabalho): Quando atividades envolvem levantamento de cargas, trabalho sentado prolongado, uso de computadores ou atividades repetitivas, a AET pode ser exigida conforme NR-17.

Todos esses documentos devem estar com data de elaboração ou revisão dentro dos prazos legais (geralmente anual ou bienal, conforme grau de risco).

Registros de Treinamentos

Registro de treinamento admissional: Todo trabalhador deve receber treinamento de integração sobre riscos da função e medidas de proteção antes de iniciar atividades.

Treinamentos específicos por NR: Dependendo da atividade, são obrigatórios treinamentos como NR-10 (eletricidade), NR-33 (espaços confinados), NR-35 (trabalho em altura), entre outros. Cada treinamento tem carga horária mínima e periodicidade de reciclagem definidas.

Lista de presença e conteúdo programático: Não basta alegar que fez o treinamento. É preciso apresentar lista com assinatura dos participantes, conteúdo ministrado, carga horária e certificados.

Treinamento de CIPA: Cipeiros titulares e suplentes devem receber treinamento específico no início do mandato, conforme carga horária prevista na NR-05.

A falta de comprovação de treinamento é uma das irregularidades mais frequentes e que gera multas automáticas.

Documentos da CIPA

Ata de eleição: Processo eleitoral deve seguir rigorosamente as regras da NR-05, com cronograma, edital, votação e apuração documentados.

Atas de reuniões ordinárias: A CIPA deve se reunir mensalmente durante horário de trabalho, com ata assinada registrando participantes, assuntos discutidos e encaminhamentos.

Mapa de riscos: Elaborado pela CIPA, deve estar afixado em locais visíveis para conhecimento dos trabalhadores.

Calendário anual de atividades: A CIPA deve planejar ações de prevenção ao longo do ano, com registro de execução.

Empresas desobrigadas de constituir CIPA pela quantidade de funcionários devem designar funcionário para cumprir algumas atribuições, com registro formal dessa designação.

Controle de EPIs

Ficha de controle individual de EPI: Para cada trabalhador, deve haver registro de entrega de equipamentos de proteção individual, com data, tipo, CA (Certificado de Aprovação), assinatura de recebimento e orientações dadas.

Certificados de Aprovação válidos: Todo EPI deve ter CA emitido pelo MTE e dentro da validade. EPIs com CA vencido são considerados inadequados.

Comprovante de treinamento sobre uso: Entregar EPI não basta; é preciso treinar o trabalhador sobre uso correto, limitações, manutenção e guarda.

Fiscais costumam entrevistar trabalhadores para verificar se realmente receberam EPIs, treinamento e se há reposição quando necessário.

Documentação de Equipamentos

Inspeções periódicas: Equipamentos como caldeiras, vasos de pressão, elevadores, pontes rolantes exigem inspeções regulares por profissionais habilitados, com relatórios e ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).

Laudos de instalações elétricas: A NR-10 exige documentação técnica atualizada das instalações elétricas, incluindo diagramas e procedimentos de segurança.

Manutenções preventivas: Registros de manutenção de máquinas e equipamentos demonstram zelo com segurança operacional.

Certificados de calibração: Equipamentos de medição utilizados em avaliações ambientais devem ter certificado de calibração dentro da validade.

Checklist de Conformidade Técnica

Além dos documentos, fiscais observam in loco as condições reais de trabalho.

Condições Ambientais

Proteções em máquinas: Todas as partes móveis perigosas (correias, engrenagens, serras) devem ter proteções fixas ou móveis intertravadas. Máquinas antigas sem proteção adequada devem ser adequadas.

Sinalização de segurança: Saídas de emergência, rotas de fuga, localização de equipamentos de combate a incêndio, áreas de risco devem estar sinalizadas conforme NR-26.

Ordem e limpeza: Ambientes desorganizados, com materiais obstruindo passagens ou saídas, configuram risco e geram autuações.

Iluminação e ventilação adequadas: Níveis de iluminamento e renovação de ar devem atender limites estabelecidos nas normas.

Sistemas de Proteção Coletiva

Extintores: Quantidade, tipo, localização e carga dentro da validade conforme planta de risco elaborada por profissional habilitado.

Saídas de emergência desobstruídas: Rotas de fuga devem estar livres, portas abrindo no sentido do fluxo de saída, iluminação de emergência funcionando.

Sistemas de ventilação local exaustora: Quando há geração de poeiras, fumos ou gases, sistemas de exaustão devem estar operantes e com manutenção em dia.

Chuveiros de emergência e lava-olhos: Obrigatórios onde há manuseio de produtos químicos perigosos, devem estar acessíveis e testados regularmente.

Ergonomia e Organização

Posto de trabalho adequado: Cadeiras, mesas, iluminação e organização do trabalho devem seguir princípios ergonômicos da NR-17.

Pausas para descanso: Atividades que exigem sobrecarga muscular ou atenção concentrada podem requerer pausas regulares.

Transporte manual de cargas: Limites de peso, disponibilidade de equipamentos auxiliares e técnicas adequadas devem ser observados.

Checklist de Práticas Operacionais

Fiscais também avaliam como as práticas de segurança acontecem no dia a dia.

Inspeções de Segurança

Inspeções regulares documentadas: A empresa deve realizar inspeções periódicas de segurança, com checklist e registro de não conformidades e correções.

Investigação de acidentes e incidentes: Todo acidente deve ser investigado, com relatório identificando causas e medidas corretivas implementadas.

Relatórios de análise preliminar de risco: Para atividades não rotineiras ou de alto risco, APR (Análise Preliminar de Risco) documentada é exigida.

Comunicações Obrigatórias

CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho): Acidentes com afastamento superior a 1 dia devem ser comunicados ao INSS em até 1 dia útil após ocorrência. Multa por atraso é automática.

Envio ao eSocial: Eventos de SST (exames, afastamentos, acidentes, CAT, monitoramentos ambientais) devem ser enviados ao eSocial nos prazos legais.

Gestão de Terceiros

Verificação de documentação de prestadores: A contratante deve exigir e verificar documentação de SST das empresas terceirizadas que atuam em suas instalações.

Integração de terceiros: Trabalhadores terceirizados devem receber treinamento sobre riscos específicos do local de trabalho antes de iniciar atividades.

Penalidades Aplicáveis

As multas por infrações às Normas Regulamentadoras variam conforme gravidade e porte da empresa. O MTE utiliza sistema de gradação das penalidades.

Critérios de Agravamento

Multas podem ser multiplicadas quando há:

  • Reincidência (mesma infração em período inferior a 2 anos)
  • Resistência ou embaraço à fiscalização
  • Acidentes graves decorrentes da infração
  • Dolo (intenção deliberada de descumprir norma)

Casos graves podem resultar em interdição de estabelecimento, setor ou equipamento, paralisando operações até regularização.

Além das Multas Administrativas

As consequências vão além do valor pago ao MTE:

Ações regressivas do INSS: Quando acidente resulta em afastamento, o INSS pode cobrar da empresa os custos previdenciários se comprovar negligência.

Processos trabalhistas: Trabalhadores lesados podem buscar indenizações por danos morais e materiais.

Responsabilização criminal: Acidentes graves com negligência comprovada podem levar à responsabilização criminal de gestores.

Danos reputacionais: Empresas com histórico de autuações enfrentam dificuldades em licitações e perdem credibilidade no mercado.

Como Manter Conformidade Contínua

Preparar-se para fiscalização não deve ser ação pontual de “arrumação” às pressas, mas resultado de gestão contínua de SST.

Implemente Sistema de Gestão

Adote metodologia estruturada de gestão de SST, preferencialmente certificável (ISO 45001). Isso garante processos consistentes, mensuráveis e auditáveis.

Sistemas de gestão criam cultura preventiva, não apenas documentação para mostrar ao fiscal.

Auditorias Internas Regulares

Realize auditorias internas trimestrais ou semestrais, simulando fiscalização do MTE. Identifique não conformidades antes que o fiscal o faça.

Use checklist completo, envolvendo diferentes áreas da empresa. Corrija achados imediatamente.

Mantenha Documentação Organizada e Acessível

Crie repositório digital de toda documentação de SST, com controle de versões e prazos de validade. Configure alertas para renovações e revisões.

Em caso de fiscalização, agilidade na apresentação de documentos demonstra organização e comprometimento.

Capacite Lideranças

Gerentes e supervisores são a primeira linha de garantia de conformidade. Devem conhecer requisitos legais aplicáveis às suas áreas e fiscalizar cumprimento diariamente.

Invista em capacitação gerencial em SST, não apenas em treinamentos operacionais.

Estabeleça Canais de Comunicação

Trabalhadores devem ter meios de reportar situações de risco sem medo de retaliação. Muitas denúncias ao MTE resultam de frustração por não serem ouvidos internamente.

Canais abertos e responsivos reduzem dramaticamente o risco de denúncias externas.

O Que Fazer Durante a Fiscalização

Mesmo preparadas, empresas podem receber fiscalização. Como proceder?

Designe Interlocutor Qualificado

O auditor-fiscal deve ser acompanhado por profissional da empresa que conheça profundamente as operações e documentação. Idealmente o responsável técnico por SST ou gerente da área.

Evite que o fiscal circule sozinho ou seja acompanhado por pessoa sem conhecimento técnico.

Seja Colaborativo, Mas Técnico

Atenda prontamente às solicitações, apresente documentos organizadamente, responda perguntas com precisão técnica. Nunca tente enganar ou ocultar informações.

Se alguma documentação não estiver disponível no momento, explique o motivo e comprometa-se a enviar posteriormente (quando cabível).

Documente Tudo

Anote todos os pontos levantados pelo fiscal, áreas inspecionadas, documentos solicitados. Essa documentação será crucial para eventual defesa administrativa.

Se possível, tenha testemunhas das interações e registros fotográficos das condições no momento da fiscalização.

Apresente Contraprovas Quando Houver

Se o fiscal apontar infração que você acredita não existir, apresente educadamente documentos ou evidências contrárias. Fiscais podem reconsiderar quando há argumentação técnica bem fundamentada.

Não Assine Auto de Infração em Branco

O auto deve estar completamente preenchido, com descrição clara da infração e fundamentação legal. Você tem direito de fazer observações antes de assinar.

A assinatura não implica concordância com a infração, apenas que você tomou ciência.

Defesa Administrativa

Caso seja autuado, você tem direito a defesa administrativa antes do pagamento da multa.

Prazos São Fatais

Normalmente você tem 10 dias para apresentar defesa à Superintendência Regional do Trabalho. Esse prazo é improrrogável e começa a contar da ciência do auto.

Perder o prazo significa perder o direito de defesa nessa instância, restando apenas recurso ao Conselho de Recursos da Justiça do Trabalho (prazo de 15 dias após decisão da primeira instância).

Fundamente Tecnicamente

Defesas genéricas têm baixíssima taxa de sucesso. É preciso argumentação técnica precisa, demonstrando com documentos, laudos, normas técnicas e legislação que a infração não ocorreu ou foi descrita inadequadamente.

Assistência de advogado especializado em direito do trabalho e de consultor técnico em SST aumenta significativamente chances de êxito.

Considere Acordo de Compensação

Em alguns casos, o MTE aceita acordo onde a empresa investe em melhorias de SST em valor equivalente à multa, em vez de simplesmente pagar. Isso beneficia trabalhadores e empresa.

Essa possibilidade deve ser explorada com assistência técnica especializada.

Como a Climec Pode Ajudar

Com mais de 40 anos de experiência em SST e profundo conhecimento da legislação trabalhista brasileira, a Climec oferece soluções completas para garantir conformidade contínua da sua empresa.

Realizamos auditorias preventivas completas, simulando fiscalização do MTE e identificando não conformidades antes que se tornem autuações. Nossos especialistas verificam documentação, condições técnicas e práticas operacionais, entregando relatório detalhado com plano de ação priorizado.

Elaboramos e mantemos atualizados todos os programas e laudos obrigatórios: PGR, PCMSO, LTCAT, AET e demais documentos exigidos pelas Normas Regulamentadoras. Nossos documentos são reconhecidos por sua qualidade técnica e conformidade legal.

Oferecemos treinamentos completos para todos os níveis: integração de novos funcionários, capacitações específicas por NR, formação de CIPA e desenvolvimento gerencial em SST. Todos com certificação e documentação adequada para apresentação fiscal.

Implementamos sistemas de gestão de SST baseados em melhores práticas internacionais, com acompanhamento contínuo para garantir manutenção da conformidade. Não apenas entregamos documentos; garantimos que práticas seguras sejam incorporadas à cultura da empresa.

Em caso de autuação, prestamos consultoria técnica para elaboração de defesa administrativa, com argumentação robusta e fundamentada. Nossa experiência inclui êxito em diversos processos de defesa junto ao MTE.

Unidade Santo Amaro
Avenida Adolfo Pinheiro, 1000, CJ. 82 – Santo Amaro – São Paulo

Unidade Alphaville
Alameda Araguaia, 1293, 7º andar – CJ. 708 – Alphaville, Barueri – São Paulo

Telefone: (11) 5511-4043

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