Saiba a importância da segurança no trabalho para o sucesso do hospital
Postado em: 05/06/2023
A segurança do trabalho em hospitais precisa ser uma prioridade de seus gestores. Afinal, é imprescindível garantir um ambiente adequado, preservando a integridade de colaboradores, pacientes e acompanhantes.
Isso porque, devido aos riscos envolvidos na própria natureza dos serviços, o setor hospitalar está entre aqueles onde há registros de acidentes de trabalho.
Para mudar esse cenário em todo o país, é preciso que administradores das unidades, funcionários, membros da CIPA e do SESMT se unam em prol da segurança do trabalho.
Se deseja aperfeiçoar essas ações na sua unidade de saúde, este artigo é para você. Nele, você vai encontrar dicas práticas sobre segurança do trabalho em hospitais!
Quais são os principais riscos associados ao ambiente hospitalar?
Os perigos presentes em uma unidade hospitalar costumam ser variados e, portanto, exigem avaliações individuais para cada local.
Agentes contaminantes, calor e produtos químicos são alguns dos fatores de risco encontrados na maioria dos setores de um hospital.
Identificar e mapear as áreas de risco é o primeiro passo para manter um ambiente seguro, tarefa que deve ser executada pela equipe do SESMT e da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
Esse mapeamento indicará os riscos aos quais os trabalhadores estão expostos e servirá de base para as medidas de proteção descritas em documentos como o PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais). No ambiente hospitalar, eles se dividem em algumas categorias:
Físicos
São as diversas formas de energia a que os funcionários podem estar expostos.
De acordo com o Manual de Segurança no Ambiente Hospitalar da Anvisa, calor, ruído, radiações ionizantes, radiações não-ionizantes e pressões anormais são os principais agentes físicos encontrados no ambiente hospitalar.
Químicos
Os riscos químicos estão ligados ao contato com certos materiais usados no hospital. É o caso do contato direto com fórmulas usadas para limpeza e desinfecção de superfícies e com medicamentos específicos.
As substâncias amplamente utilizadas em hospitais são:
- Medicamentos como drogas quimioterápicas;
- Em manutenções, como os óleos lubrificantes e solventes;
- Em limpezas, na desinfecção e esterilização, como o óxido de etileno.
Biológicos
Bactérias, vírus, fungos e parasitas são exemplos de agentes de risco biológico.
Os hospitais apresentam diversas fontes de contaminação por agentes biológicos, em especial o contato das mãos com os olhos ou a boca, feridas na pele exposta e possibilidade de perfuração cutânea.
Vale ter atenção especial a alguns setores como o laboratório de análises clínicas e às equipes que fazem a higiene hospitalar.
Ergonômicos
Os riscos ergonômicos se parecem com as questões físicas, mas têm a ver com a interação com o espaço. A realização de esforços repetitivos, a necessidade de levantar peso, postura inadequada ou mesmo a duração e a frequência dos plantões fazem parte dessa categoria.
Repare que todos eles podem estar presentes no setor hospitalar, ainda que distribuídos por departamentos diferentes.
Práticas de segurança do trabalho em hospitais
Gestores e colaboradores precisam estar sempre alertas para que as práticas de segurança do trabalho façam parte da rotina de toda a equipe. Assim, todos ficam protegidos de contaminações, doenças e acidentes que poderiam causar impactos negativos não apenas no local, mas também na comunidade do entorno.
Usar EPIs adequadamente
Conforme a NR-06, Equipamentos de Proteção Individual são dispositivos destinados à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
Esses itens devem ser oferecidos gratuitamente pelas empresas. No caso dos hospitais, cada área ou departamento exige o uso de um ou mais EPI, pois é difícil proteger os trabalhadores de todos os riscos químicos, físicos, biológicos e de acidentes.
Luvas, aventais, máscaras e calçados de proteção são alguns itens utilizados por quem trabalha em hospitais.
Outro exemplo são os aventais de chumbo, que protegem profissionais de radiologia médica da exposição à radiação ionizante, relacionada ao desenvolvimento de câncer.
Seguir as Normas de Segurança
Normas regulamentadoras que se aplicam ao ambiente hospitalar (NRs 04, 05, 06 e 09).
A mais importante é a NR-32, que estabelece diretrizes específicas para a segurança do trabalho em serviços de saúde. O texto é bem completo, abordando riscos químicos e biológicos e radiações ionizantes em detalhes.
Além das NRs e outras normas do Ministério do Trabalho, regras da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e recomendações normativas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e OIT (Organização Internacional do Trabalho) devem ser consideradas.
Eliminar corretamente os resíduos hospitalares
Os resíduos gerados são grandes fontes de contaminação, tanto para os colaboradores quanto para os pacientes e acompanhantes.
Lidar corretamente com o lixo hospitalar é uma das práticas mais eficientes para manter o ambiente seguro. A própria NR 32 tem parte dedicada especialmente ao treinamento, separação dos resíduos, armazenamento e transporte adequados.
Manter lixeiras feitas de material lavável, resistentes à ruptura e vazamento e com tampas providas de sistema de abertura sem contato manual é uma das exigências para hospitais. Também é útil adotar medidas para reduzir a quantidade de resíduos gerados, e sinalizar as lixeiras para um descarte adequado.
Oferecer treinamento para os funcionários
Treinar as equipes regularmente é uma forma de melhorar o desempenho nas urgências, diminuindo os riscos. Não apenas os profissionais de saúde, mas também do setor administrativo, financeiro, de limpeza e higiene.
Além da conscientização em geral, é preciso oferecer capacitação periodicamente aos empregados, de acordo com os riscos do seu departamento ou atividade profissional.
Exames periódicos ocupacionais de qualidade
Hospitais que tenham colaboradores contratados sob o regime CLT devem custear exames periodicamente.
Mais que uma obrigação legal, essa atitude auxilia na manutenção de uma equipe saudável, contribuindo para a adoção das práticas de segurança do trabalho.
Isso porque, após cada avaliação, é emitido um documento que confirma a aptidão do funcionário – o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO).
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