Terceirização de Medicina Ocupacional: Quando Vale a Pena vs. Equipe Interna em 2025

A decisão entre manter equipe interna de medicina ocupacional ou terceirizar os serviços impacta diretamente custos, qualidade e compliance de SST. Dados da ABRH mostram que 73% das empresas brasileiras optaram por terceirizar total ou parcialmente seus serviços de medicina ocupacional em 2024, buscando redução de custos e especialização técnica.

No entanto, a escolha inadequada pode resultar em economia aparente no curto prazo com prejuízos de milhares de reais em multas, processos trabalhistas e acidentes evitáveis. Entender quando terceirizar, como escolher o parceiro certo e quais serviços manter internos é fundamental para otimizar investimentos em SST.

Modelos de Gestão de Medicina Ocupacional

O modelo totalmente interno mantém todos profissionais como funcionários da empresa (médicos, enfermeiros, técnicos), com estrutura própria (consultórios, equipamentos), controle total sobre processos e atendimento exclusivo aos colaboradores. Esse modelo é comum em grandes indústrias, hospitais, mineradoras com mais de 1.000 funcionários e empresas com riscos específicos complexos.

O modelo totalmente terceirizado contrata empresa especializada para todos os serviços, sem equipe própria de SST, com pagamento por serviço ou contrato fixo mensal e estrutura fornecida pelo prestador. É frequente em pequenas e médias empresas, comércio e serviços, startups e empresas em crescimento rápido e organizações com até 500 funcionários.

O modelo híbrido combina equipe interna para gestão estratégica (coordenador de SST, técnico de segurança) com serviços especializados terceirizados (exames ocupacionais, laudos técnicos, treinamentos específicos). Esse modelo é adotado por empresas médias em expansão, organizações com múltiplas unidades e empresas que precisam de expertise específica pontual.

Análise Financeira: Custo Real de Cada Modelo

Para equipe interna, considere custos com pessoal: médico do trabalho (salário médio R$ 15 mil + encargos), enfermeiro do trabalho (R$ 5 mil + encargos), técnico de segurança do trabalho (R$ 4 mil + encargos) e auxiliar administrativo (R$ 2,5 mil + encargos), totalizando aproximadamente R$ 26,5 mil/mês só em folha.

Adicione infraestrutura: consultório médico equipado (investimento inicial R$ 50 mil a R$ 100 mil), equipamentos de exames (espirômetro, audiômetro, etc. – R$ 30 mil a R$ 80 mil), manutenção e calibração anual (R$ 10 mil a R$ 20 mil) e sistemas de gestão de SST (software R$ 1 mil a R$ 3 mil/mês).

Inclua custos operacionais: materiais médicos e EPI (R$ 2 mil a R$ 5 mil/mês), treinamentos e atualizações profissionais (R$ 1 mil a R$ 3 mil/mês) e exames complementares terceirizados (R$ 3 mil a R$ 10 mil/mês conforme volume).

O custo total mensal de uma equipe interna básica fica entre R$ 35 mil e R$ 50 mil para atender empresa de médio porte (200-500 funcionários).

Para terceirização, os custos variam conforme o modelo. Contrato fixo mensal oferece pacotes de R$ 5 mil a R$ 20 mil/mês conforme porte e complexidade, incluindo exames ocupacionais ilimitados, elaboração e gestão de PCMSO/PGR, atendimentos de emergência e consultorias mensais.

O modelo por serviço cobra exame admissional (R$ 80 a R$ 150), periódico (R$ 80 a R$ 150), demissional (R$ 80 a R$ 150), mudança de função (R$ 80 a R$ 150) e retorno ao trabalho (R$ 80 a R$ 150). Laudos técnicos custam LTCAT (R$ 1.500 a R$ 5.000), PGR (R$ 2.000 a R$ 8.000), laudo ergonômico (R$ 1.500 a R$ 4.000) e outros conforme complexidade.

Treinamentos variam de NR-05 CIPA (R$ 1.500 a R$ 3.000), NR-10 Elétrica (R$ 500 a R$ 1.500), NR-35 Trabalho em Altura (R$ 500 a R$ 1.200) e outros conforme necessidade.

Quando a Equipe Interna Vale a Pena

Grandes empresas com mais de 1.000 funcionários têm volume que justifica custo fixo de equipe, necessidade de atendimento diário constante, complexidade operacional que exige dedicação exclusiva e possibilidade de diluir custos de infraestrutura.

Setores de alto risco como mineração, petroquímica, construção civil de grande porte e indústrias pesadas necessitam de acompanhamento médico permanente no local, resposta rápida a emergências, conhecimento profundo dos riscos específicos e equipe presente durante todos os turnos.

Empresas com múltiplas unidades concentradas geograficamente podem centralizar equipe interna para atender várias unidades, padronizar processos e protocolos, ter economia de escala na gestão e manter controle corporativo de SST.

Quando a Terceirização é Mais Vantajosa

Pequenas e médias empresas com até 500 funcionários têm custo de equipe interna proporcionalmente muito alto, volume de exames que não justifica médico dedicado, necessidade de expertise técnica sem custo fixo e flexibilidade para ajustar serviços conforme crescimento.

Empresas em crescimento rápido evitam investimento em infraestrutura fixa, têm escalabilidade de serviços conforme expansão, foco no core business sem desvio de gestão e redução de riscos trabalhistas em contratações.

Organizações com baixa sinistralidade podem optar por modelo sob demanda, pagando apenas pelos serviços utilizados, sem custos fixos mensais elevados, mantendo compliance com menor investimento e tendo acesso a especialistas quando necessário.

Empresas em setores administrativos ou comerciais com riscos ocupacionais baixos têm necessidade de exames e consultas esporádicas, laudos técnicos simples, possibilidade de agendar serviços conforme demanda e foco em otimização de custos operacionais.

Modelo Híbrido: Melhor dos Dois Mundos

O modelo híbrido mantém internamente coordenador de SST (engenheiro ou técnico de segurança) para gestão estratégica, responsável por auditorias e fiscalizações e interlocução com órgãos governamentais, enquanto terceiriza exames ocupacionais com clínicas credenciadas, elaboração de laudos técnicos (LTCAT, PGR, Ergonomia), treinamentos específicos de NRs e consultorias especializadas pontuais.

Esse modelo oferece vantagens como controle interno de gestão de SST, redução de custos fixos com equipe médica, acesso a especialistas quando necessário, flexibilidade para ajustar serviços e manutenção de compliance com investimento otimizado.

É ideal para empresas de 200 a 800 funcionários, organizações com múltiplas unidades geográficas, empresas em crescimento que precisam de escalabilidade e setores com riscos moderados que exigem acompanhamento regular.

Critérios para Escolher Empresa Terceirizada

Verifique qualificações técnicas como registro e habilitação dos profissionais (médicos com CRM ativo e especialização em medicina do trabalho, engenheiros com CREA e especialização em segurança do trabalho), experiência no setor de atuação da empresa, certificações e acreditações (ISO, OHSAS) e histórico de clientes atendidos.

Avalie infraestrutura e tecnologia através de consultórios e clínicas adequadas, equipamentos modernos e calibrados, sistemas informatizados de gestão, integração com eSocial e plataformas corporativas.

Analise capacidade de atendimento considerando tempo de resposta para agendamentos, disponibilidade geográfica (unidades próximas), flexibilidade de horários e escalas, atendimento a múltiplas unidades da empresa.

Busque transparência e documentação com contratos claros detalhando escopo de serviços, SLAs (Service Level Agreements) definidos, relatórios gerenciais periódicos e auditorias de qualidade.

Certifique-se do compliance legal com cumprimento rigoroso de NRs vigentes, emissão correta de documentos obrigatórios, responsabilidade técnica formalizada (ART, CRM) e cobertura de seguro de responsabilidade civil.

Riscos da Terceirização Mal Feita

Empresas que escolhem prestadores inadequados enfrentam documentação técnica deficiente com laudos genéricos que não refletem realidade, PCMSO sem vinculação efetiva ao PGR, assinaturas de profissionais sem vínculo real com empresa.

O não cumprimento de prazos gera exames não realizados no prazo legal, atrasos na emissão de laudos obrigatórios e falhas na comunicação com DP/RH.

A falta de conhecimento específico do setor resulta em recomendações inadequadas ou genéricas, não identificação de riscos específicos da atividade e exames complementares inadequados ao risco real.

Problemas em fiscalizações e processos incluem documentação rejeitada por auditores, responsabilização da empresa por falhas do terceiro, dificuldade em obter suporte do prestador em perícias e multas e condenações por não conformidade.

Transição Entre Modelos

Ao migrar de interno para terceirizado, realize inventário completo de documentação existente, transição gradual para evitar rupturas, treinamento de equipe interna sobre novo modelo, definição clara de responsabilidades e SLAs e arquivamento adequado de histórico de saúde ocupacional.

Ao internalizar serviços terceirizados, planeje investimento em infraestrutura com antecedência, recrute profissionais qualificados com experiência, estabeleça processos e protocolos internos, garanta continuidade de documentação e registros e mantenha serviços críticos terceirizados durante transição.

Indicadores de Performance para Avaliar Prestadores

Monitore taxa de pontualidade em agendamentos (meta: >95%), tempo médio de emissão de laudos após solicitação (meta: <15 dias úteis), taxa de conformidade em auditorias (meta: 100%) e satisfação dos colaboradores com atendimento (meta: >85%).

Avalie também índice de não conformidades identificadas em fiscalizações (meta: zero), tempo de resposta a demandas urgentes (meta: <24 horas), taxa de retrabalho em documentos técnicos (meta: <5%) e atualização conforme mudanças na legislação (meta: imediata).

Aspectos Contratuais Importantes

Contratos de terceirização devem especificar escopo detalhado de serviços incluídos, frequência de atendimentos e visitas, prazo para emissão de documentos e responsabilidades de cada parte (empresa contratante vs. prestador).

Inclua cláusulas sobre confidencialidade e LGPD para dados de saúde dos trabalhadores, propriedade intelectual de laudos e documentos técnicos, SLAs com penalidades por descumprimento, reajuste de valores e índices aplicáveis, rescisão e transição em caso de término de contrato, seguro de responsabilidade civil profissional, e auditoria e fiscalização pela contratante.

Tendências para 2025-2026

A telemedicina ocupacional se expande com consultas de retorno e orientação remotas, emissão de atestados e pareceres online e acompanhamento de trabalhadores em home office, mas sempre respeitando limitações legais (exames admissionais e demissionais presenciais).

Plataformas digitais integradas facilitam agendamento online de exames, prontuário eletrônico unificado, dashboards gerenciais em tempo real e integração automática com eSocial.

Modelos de pagamento flexíveis oferecem planos híbridos (fixo + variável), precificação por colaborador ativo e contratos de performance com indicadores.

O foco em saúde mental corporativa inclui programas de apoio psicológico, treinamentos sobre riscos psicossociais e acompanhamento de casos de burnout e estresse.

Como a Climec Pode Ajudar

A Climec oferece soluções flexíveis de medicina ocupacional adaptadas ao porte e necessidade de cada empresa, incluindo terceirização completa de SST com todos os serviços integrados, modelo híbrido com consultoria estratégica e serviços específicos, elaboração de PCMSO, PGR, LTCAT e laudos técnicos, realização de exames ocupacionais em nossas unidades ou in company, treinamentos de NRs com certificação oficial, envio automatizado ao eSocial e suporte em auditorias e fiscalizações.

Com presença em Santo Amaro (Zona Sul) e Alphaville (Barueri), atendemos empresas de todos os portes e setores há mais de 40 anos. Nossa equipe técnica qualificada garante compliance total e documentação que resiste a auditorias e perícias judiciais.

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Unidade Santo Amaro: Av. Adolfo Pinheiro, 1000, 10º andar, CJ. 82
Unidade Alphaville: Alameda Araguaia, 1293, 7º andar, CJ. 708
Telefone: (11) 5511-4043

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